Antecipação de Recebíveis:
Uma abordagem da gestão de fornecedores com foco no fortalecimento do caixaO avanço da transformação digital nas empresas e a adesão às novas tecnologias disponíveis permitem o surgimento de novas competências, que podem trazer consigo otimização de recursos e mais resultados para processos de gestão.
Uma dessas competências é o Financial Supply Chain, cujo conceito pode ser resumido em uma visão de todas as camadas da cadeia de suprimentos, com foco nas transações financeiras que as permeiam.
As novas tecnologias permitem ainda que essa abordagem possa ser aprofundada com o viés da gestão do capital de giro, fortalecendo a posição de caixa das empresas e, ao mesmo tempo, gerando múltiplos benefícios para todos os stakeholders envolvidos no processo.
“O Supply Chain Management afeta o fluxo de caixa, o crescimento e, em última análise, o valor para o acionista.”
– Steven Bowen, CEO da Maine Pointe e autor do best seller Total Value Optimization: Transforming Your Supply Chain Into a Competitive Weapon
É sabido que o financiamento dos fornecedores e a gestão do capital de giro são caminhos importantes para reduzir os custos da cadeia de suprimentos. Dependendo da situação de cada fornecedor, a insuficiência de capital de giro para financiar suas operações e abastecer seus clientes de maneira eficiente pode representar um entrave relevante. Nesse caso, sua capacidade operacional e comercial tende a permanecer limitada, gerando impactos negativos em toda a cadeia.
Pense que um elo enfraquecido em uma corrente aumenta consideravelmente o risco de ruptura e consequentemente uma parada imediata. Por outro lado, um elo fortalecido permite que se opere com mais velocidade e segurança. Nesse caso, o elo enfraquecido é a disponibilidade de caixa dos fornecedores.
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Historicamente, as operações de antecipação de recebíveis foram dominadas por grandes bancos e financeiras, que analisavam o risco de crédito do comprador para disponibilizar o financiamento aos fornecedores diretos em uma operação casada, onde os pontos fortes são a segurança da operação e capacidade de crédito. Podemos classificar essa operação como estrutura tradicional, na qual os grandes desafios são:
1. A escalabilidade da operação, ou seja, a quantidade de notas fiscais e fornecedores que conseguem ser alcançados no modelo, não se limitando aos principais parceiros e pagamentos com alto valor.
2. O alcance de camadas ocultas de fornecimento: O fornecedor do seu fornecedor, estendendo essa escala para toda a cadeia de fornecimento.
3. Atingir uma taxa competitiva, uma vez que as instituições tradicionais carregam o peso de suas grandes estruturas nas ofertas de crédito.
Segundo o Banco Central, durante a pandemia, as concessões de crédito no país cresceram apenas 5,9%. Porém, de acordo com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e a ABFintehcs (Associação Brasileira de Fintechs), os empréstimos triplicaram.
O domínio do mercado pela estrutura tradicional começa a ser desafiado quando novos modelos emergem para essa operação. Fundamentados no uso da tecnologia e nas baixas históricas dos juros, esses modelos conseguem dar escalas exponencias às operações, atingindo todas as camadas de fornecedores e garantido toda a segurança necessária.
Dessa forma, é oportuno o entendimento de que os agentes financeiros não se limitam às instituições tradicionais, como em outrora. Fintechs, FIPS, FIDICS, entre outras entidades, podem servir como alternativa ao formato antes consolidado, trazendo mais agilidade, segurança e, principalmente, escalabilidade para as operações.
Em um modelo disruptivo, a antecipação de caixa promove um ambiente positivo de fluxo de negócio, se tornando uma operação win-win entre todos os stakeholders: A companhia terá seus fornecedores sendo atendidos e a instituição financeira estará em um ambiente onde ela sabe navegar muito bem.
Executivos da ABCD e a ABFintehcs informam que esse segmento fechou 2020 com um volume de crédito concedido da ordem de R$ 10 bilhões, ante R$ 3 bilhões em 2019. E o cenário para 2021 é que essas operações possam chegar a R$ 20 bilhões (Veja mais)
Para definir o modelo ideal, portanto, é fundamental que algumas reflexões sejam feitas internamente, servindo de guideline da operação:
Uma dessas competências é o Financial Supply Chain, cujo conceito pode ser resumido em uma visão de todas as camadas da cadeia de suprimentos, com foco nas transações financeiras que as permeiam.
As novas tecnologias permitem ainda que essa abordagem possa ser aprofundada com o viés da gestão do capital de giro, fortalecendo a posição de caixa das empresas e, ao mesmo tempo, gerando múltiplos benefícios para todos os stakeholders envolvidos no processo.
- Análise da composição tributária
- Análise da composição tributária
- Análise do fluxo de caixa da operação
- Análise da performance e modelo de gestão dos contratos
- Avaliação da estrutura de risco em cada modelo
“A antecipação de recebíveis facilita bastante a originação de projetos, por exemplo, de uma empresa com bom balanço que queira criar um dealflow de antecipação de recebíveis de seus fornecedores, sem precisar desfocar-se do seu core business. Por isso, uma relação sinérgica com uma instituição financeira auxiliando nessa estrutura por meio de uma FIDC é uma boa alternativa”
– Tiago Lima, Diretor Executivo do BTG Pactual
A decisão correta do modelo a se utilizar permite que os benefícios dessa operação estejam alinhados com os objetivos da empresa e, dessa forma, a competência de financial supply chain eleva sua notoriedade no planejamento estratégico e financeiro da companhia, tornando-se uma grande aliada do CFO. Uma vez que, por meio de uma estruturação adequada, torna-se possível reforçar o caixa, aumentar a rentabilidade do capital próprio ou, até mesmo, financiar grandes investimentos sem a necessidade de aportes ou endividamentos.
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