Procurement no Agro
A importante sinergia entre avanço tecnológico e o fortalecimento das relaçõesDessa maneira, como em qualquer setor do comércio onde os agentes econômicos experimentam os desafios da competição, a inovação tecnológica torna-se intrinsecamente parte do desenvolvimento da atividade econômica, sendo essa diretamente beneficiada por descobertas e avanços técnicos e científicos, novos métodos de produção, novos produtos e cadeias produtivas integradas e de maior abrangência. Reconhecemos, portanto, a importância de gestores se manterem atualizados com as melhores práticas existentes, e, obviamente, como fazê-lo diante de um cenário de extrema volatilidade, no qual o fortalecimento das relações ainda deve ser visto como fator insubstituível no desenvolvimento e sustentabilidade de seu negócio.
A melhoria de soluções agroquímicas e biológicas, o aperfeiçoamento de processos de criação, produção e gestão, por exemplo, têm um papel fundamental na evolução do segmento do agronegócio, e a otimização da produção agrícola por meio da aplicação de novas tecnologias é fator crucial para que as empresas mantenham-se competitivas diante do crescimento e sofisticação da demanda.
O termo “Agricultura 4.0” foi cunhado para descrever esta nova maneira de se pensar e estruturar o agronegócio, sendo este então pautado na conexão de todos os sistemas em tempo real a partir da Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial, Big Data, Advanced Analytics, nano e biotecnologia, entre outras inovações. Assim, na Agricultura 4.0, intenciona-se conectar automaticamente toda a produção internamente, bem como conectar o processo produtivo com fornecedores e clientes. A solidez na execução desses elementos resulta, invariavelmente, na redução de desperdícios com perdas e falhas processuais, e no aumento da produtividade da empresa.
Tais avanços tecnológicos também afluíram na formação dos termos e-Procurement e Procurement 4.0. De acordo com o International Journal of Production Research[1], os conceitos não se restringem apenas à atividade de compras. Adicionam-se ao seu escopo atividades de nível estratégico, como fornecimento, negociação com fornecedores e o desenvolvimento de produtos de maneira coordenada. A construção, portanto, do relacionamento entre fornecedores e compradores dentro de uma rede de compras se tornou uma alavanca significativa para o aumento de eficiência de processos, facilitando o fluxo e o compartilhamento de informação e as atividades de coordenação entre os membros da cadeia de suprimentos. Colaborar para inovar, então, deve ser introjetado como lema principal pelos funcionários de procurement, e a partir daí, ressaltamos a importância de tal conceito estar disseminado em todas as camadas componentes de um negócio.
Nessa perspectiva, deve-se, por exemplo, alinhar a cadeia produtiva da companhia com a estratégia geral de negócios da empresa, entender onde se deve buscar melhorias e estabelecer targets de produtividade claros e explícitos, utilizando indicadores e elementos adequados para o atingimento dos objetivos específicos da organização. Ao longo da história, comprovou-se a necessidade de se garantir elevado grau de articulação dos diferentes elos de uma empresa e, consequentemente, da eficiência de seus mecanismos de coordenação para responderem às imposições do mercado. Portanto, uma análise da cadeia produtiva permite a identificação de interações existentes entre os diversos elementos que a compõem, e de que forma elas estabelecem relações de complementaridade, interdependência e sinergia entre os atores envolvidos numa lógica sequencial e dinâmica. O Procurement 4.0 irá abranger esses conceitos, conduzidos por uma transformação digital disruptiva, não limitando-se, então, ao uso de sistemas novos ou melhorados pela tecnologia.
A integração da cadeia de suprimentos permite que as iniciativas, anteriormente isoladas, deixem de focar apenas em redução de custos e passe a desenvolver, por meio de times multidisciplinares, soluções eficientes para o negócio
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Por meio dessas interfaces, e por meio de condutas estratégicas e da definição de diretrizes e regras, forma-se parte preponderante e indissociável da área de procurement: o aprimoramento da relação da companhia com seus stakeholders. Estabelecer um processo colaborativo entre toda a cadeia de produção é um dos maiores desafios de procurement, e, para que isso possa ser vislumbrado de maneira orgânica, há de ser valorizada a importância da composição de um time por pessoas capacitadas e engajadas – “game changers” –, que liderem essas iniciativas, sendo auxiliadas através da implantação mais rápida de ferramentas digitais e em lugares com maior acuracidade que seus competidores, direcionando-as, sempre, para seus processos-chave.
“Procurement 4.0, além de trazer inovação e eficiência, deve inserir, desde o início, a liderança da área nas decisões estratégicas da empresa. Permitindo assim, que o time desenvolva soluções específicas para o negócio e potencialize os resultados da companhia”. Marcos Saraiva, cofundador do Grupo Effectus Soluções, e Procurement Leader Award 2016
Esse novo formato de economia, em que o principal insumo é o capital intelectual, fomenta o entendimento de procurement como uma transformação cultural da organização, estimulando e desenvolvendo uma forma de pensamento em unidade. O foco deixa de ser apenas a redução de custos, migrando então para a busca do aumento da eficiência de maneira holística. A simplificação de processos por meio da tecnologia, o fortalecimento das relações e, por consequência, a solidificação de uma organização permitem o crescimento orgânico e uma melhor experiência para seus clientes. Essas análises promovem a formação de uma cultura de gestão sustentável, onde se cultiva e se premia práticas que estejam em linha com a estratégia da organização como um todo.
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