Gestão de saúde corporativa:

Uma relação direta entre pessoas e tecnologia

Frequentemente, nos deparamos com uma inversão de ordem quando se trata de gestão de saúde corporativa. O discurso, normalmente, pauta-se em cuidar da saúde do funcionário, quando, na prática, o foco está no gasto com planos e, como consequência desta inversão, muitas vezes não percebida pelos gestores, há uma perda no valor da empresa notado pelo funcionário.

“A empresa é boa, mas o plano de saúde deixa a desejar” é frase recorrente no mercado, e essa deturpação de valores tem dois impactos a serem considerados:

  • Para o colaborador, não ter um bom pano de saúde passou a ser visto como uma falta de cuidado da empresa para com seus empregados.
  • Para os gestores, existe um trade-off  equivocado entre melhorar a qualidade do plano de saúde e reduzir custos.

 

O que acontece quando o cuidado com a saúde das pessoas se torna o foco principal?

 

Nesse contexto, prestadores de serviço em gestão de saúde acabam por perder espaço, e passa a ser fomentada uma mudança de cultura no próprio ambiente empresarial, no qual funcionários e gestores trabalham em conjunto. Com isso, gera-se o entendimento de que uma gestão mais próxima no dia-a-dia não só permite tomadas de decisões mais ágeis e fundamentadas, mas também mitiga a possibilidade de surpresas desagradáveis e normalmente mais custosas permearem na organização

A falta de transparência, a demora para divulgação de informações e o foco prioritário no custo do plano de saúde, por meio de ações corretivas, são outros fatores que assolam o antigo modelo de relacionamento entre empresas e corretoras. O usuário passa a enxergar pouco valor agregado e os reajustes anuais giram, usualmente, acima dos 20%, justificados pelo índice de Variação de Custo Médico-Hospitalar, o VCMH.

O primeiro passo para sair desta bolha é entender como a tecnologia pode ajudar na gestão de saúde. As informações precisam chegar para a gestão em tempo real. É fundamental que as empresas saibam o que está acontecendo com a sua população, as causas daquele evento e, munidos desses dados, aumentarem as chances de solucioná-lo. Ter um business intelligence com atualização constante é um dos principais avanços que a tecnologia pode proporcionar.

 

 

“Tudo aquilo que acelerar o processo de decisão do RH, por meio de automação, rápida obtenção
de dados e análise preditiva passa a ser cada vez mais valorizado” – Danilo Soares, HR Senior
Manager na Samsung

A transformação digital e o impacto na gestão de saúde corporativa

 

A transformação digital é uma realidade para todos os segmentos econômicos, e ficou ainda mais evidente durante a pandemia Covid19, que, segundo relatório da OMS, atingiu mais de 4 milhões de brasileiros em aproximadamente 6 meses, trazendo impacto direto na indústria e no cotidiano das empresas. Como se preparar, então, para que a vulnerabilidade exposta pela Covid-19, ou por quaisquer outros possíveis surtos e comorbidades não se torne um problema sem solução?

Esta jornada se inicia na integração das pessoas com a tecnologia, por meio de processos formais e informais, utilizando recursos internos e externos. Uma vez que se estabelece transparência e confiabilidade nos dados, torna-se possível aplicar técnicas de planejamento e gestão, mapeando o engajamento real aos programas de prevenção e traçando uma relação entre a mudança de comportamento e a análise de produtividade.

 

Um dos fatores mais importantes da transformação digital é a preparação e o engajamento das pessoas para se adaptarem às mudanças, desenvolvendo novas habilidades e competências-chave para geração de resultado.

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Em suma, é de extrema importância ressaltar que a tecnologia é um meio e não um fim. Uma vez que a os gestores detiverem a informação da sua população, será por meio do desenvolvimento de processos eficientes que os resultados serão alcançados. É possível, por exemplo, que a empresa acompanhe o desenvolvimento de novos e específicos grupos de riscos, podendo tomar ações imediatas para evitar a evolução de casos crônicos ou atuando em um caso isolado. Ainda exemplificando, identificar um volume de consultas pediátricas fora do padrão em uma família permite uma intervenção com celeridade, possivelmente evitando a evolução de uma patologia. Com tais considerações, suscita-se a questão de quanto vale para a empresa o impacto social e financeiro desta iniciativa?

A cultura de gestão de saúde cria um ambiente propício à produtividade, sendo possível relacionar diretamente os impactos das iniciativas tomadas com a performance operacional da empresa. Além disso, passa-se a planejar e medir a eficiência de ações preventivas, atuando de forma preditiva na identificação e solução de gaps de produtividade, identificando sua causa raiz e aplicando rapidamente um plano de mitigação.

 

Vinícius Aquino é Managing Partner da Arco Consulting Partners e possui mais de 15 anos de experiência em consultoria, tendo liderado programas de redução de custos e ganhos em eficiência para diferentes segmentos. vinicius@arcocps.com

Rodrigo Saraiva é Associate na Arco Consulting Partners, conduz programas de transformação e acumula mais de 5 anos de experiência no Agronegócio e Oil&Gas. rodrigo.saraiva@arcocps.com .

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